domingo, 23 de maio de 2010

Manual do jornalista para entrevistar Serra

Reproduzo artigo do jornalista Paulo Henrique Amorim, publicado no Conversa Afiada


Este modesto blogueiro foi um dos primeiros a denunciar que o Serra liga para os patrões e pede a cabeça de repórter que faz pergunta de que ele não gosta.

Este modesto blogueiro contou que, por duas vezes, ele ligou para o Presidente da Record e pediu a cabeça deste modesto blogueiro.

Serra é o nosso Putin.

Ele gostava do tempo em que bastava dar três telefonemas para controlar o PIG: para o Dr. Roberto (ou o Jorge Serpa, a quem ele também recorria com freqüência); o “Seu” Frias, a quem dedicou uma ponte em São Paulo; e ao Ruy Mesquita (o Robert(o) Civita vinha no vácuo).

Foi assim que ele construiu uma reputação que não resistiu a uma campanha que o PIG não consegue controlar mais, sozinho.

O Conversa Afiada defende a tese de que, sem o PIG, esses tucanos de São Paulo não passavam de Resende.

E Serra é o neo-Silvio Santos: um candidato a Presidente que só tem mídia.

Agora, como se sabe, o Serra deu para atacar jornalistas.

Em nome da liberdade de expressão, o Conversa Afiada tenta prestar um modesto serviço. Um manual para jornalistas que vão entrevistar o Serra.

(Especialmente dedicado a mulheres repórteres, a quem ele dedica fúria especial. Ele parece preferir as que calam.)

Sugestão 1: Não se atemorize.

2: Tenha certeza de que há outros jornalistas em volta dele, munidos de câmera, máquina fotográfica, gravador ou celular – você vai precisar de testemunhas.

3: Não faça pergunta numa situação em que você esteja sozinho com ele.

4: Faça uma pergunta curta, direto ao ponto: “o senhor vai vender a Petrobrás ?”, por exemplo.

5: Não responda à pergunta que ele fizer. Esse é um dos truques dele. Ele tenta desqualificar a sua pergunta com outra pergunta: é isso o que o seu patrão quer saber?; quem te disse isso?; você realmente acredita nisso?; quem te mandou fazer essa pergunta?

Jamais responda ao Serra. Você não é candidato a nada. O candidato é ele; ele é quem tem que dar satisfações à sociedade.

6: Insista com a sua pergunta. Além de tentar desqualificar a sua pergunta, ele vai tentar não responder à sua pergunta.

7: Faça a sua pergunta até que ele responda.

8: Não se deixe encurralar pelos outros repórteres do PIG.

O Serra vai tentar desviar a entrevista para os repórteres que ele conhece e sabe que são do PIG. É o pessoal que faz as perguntas do tipo “púlpito”.

9: Tenha uma segunda pergunta na agulha: “o senhor vai esconder o Fernando Henrique da sua campanha, como fez o Alckmin em 2006?”

Se ele der uma resposta que não quer dizer nada sobre a Petrobrás, você terá essa do FHC na ponta da língua. Mas, insisto: faça a pergunta direto, curta e tão alto que os outros repórteres ouçam (e possam gravar, fotografar, filmar, etc.). Um exemplo: quando o delegado Bruno se deixou “surpreender” pelos repórteres do PIG e divulgou as notas dos aloprados, um deles gravou a conversa do delegado com os repórteres e vazou para o Conversa Afiada. Quando você (e o Serra) menos espera, tem um aliado, ao lado.

10: Não se esqueça: ele foge. Um dos traços da personalidade do Serra é que ele é feroz quando percebe que o interlocutor está com medo. E, sobretudo, ele é valente pelas costas. Se você o enfrentar – ou seja, se não renunciar à função de repórter e insistir na pergunta – se você o enfrentar, ele foge. Não tenha medo dele.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Saiba o que é o capitalismo

Reproduzo artigo de Atilio A. Boron publicado no portal Correio da Cidadania: http://www.correiocidadania.com.br/

O capitalismo tem legiões de apologistas. Muitos o são de boa fé, produto de sua ignorância e pelo fato de que, como dizia Marx, o sistema é opaco e sua natureza exploradora e predatória não é evidente aos olhos de mulheres e homens. Outros o defendem porque são seus grandes beneficiários e amealham enormes fortunas graças às suas injustiças e iniqüidades. Há ainda outros (‘gurus’ financeiros, ‘opinólogos’ e ‘jornalistas especializados’, acadêmicos ‘pensantes’ e os diversos expoentes desse "pensamento único") que conhecem perfeitamente bem os custos sociais que o sistema impõe em termos de degradação humana e ambiental. Mas esses são muito bem pagos para enganar as pessoas e prosseguem incansavelmente com seu trabalho. Eles sabem muito bem, aprenderam muito bem, que a "batalha de idéias" para a qual nos convocou Fidel é absolutamente estratégica para a preservação do sistema, e não aplacam seus esforços.

Para contra-atacar a proliferação de versões idílicas acerca do capitalismo e sua capacidade de promover o bem-estar geral, examinemos alguns dados obtidos de documentos oficiais do sistema das Nações Unidas. Isso é extremamente didático quando se escuta, ainda mais no contexto da crise atual, que a solução dos problemas do capitalismo se consegue com mais capitalismo; ou que o G-20, o FMI, a Organização Mundial do Comércio e o Banco Mundial, arrependidos de seus erros passados, poderão resolver os problemas que asfixiam a humanidade. Todas essas instituições são incorrigíveis e irreformáveis, e qualquer esperança de mudança não é nada mais que ilusão. Seguem propondo o mesmo, mas com um discurso diferente e uma estratégia de "relações públicas" desenhada para ocultar suas verdadeiras intenções. Quem tiver duvidas, olhe o que estão propondo para "solucionar" a crise na Grécia: as mesmas receitas que aplicaram e continuam aplicando na América Latina e na África desde os anos 80!

A seguir, alguns dados (com suas respectivas fontes) recentemente sistematizados pelo CROP, o Programa Internacional de Estudos Comparativos sobre a Pobreza, radicado na Universidade de Bergen, Noruega. O CROP está fazendo um grande esforço para, desde uma perspectiva crítica, combater o discurso oficial sobre a pobreza, elaborado há mais de 30 anos pelo Banco Mundial e reproduzido incansavelmente pelos grandes meios de comunicação, autoridades governamentais, acadêmicos e "especialistas" vários.

População mundial: 6.800 bilhões, dos quais...

• 1,020 bilhão são desnutridos crônicos (FAO, 2009)

• 2 bilhões não possuem acesso a medicamentos (http://www.fic.nih.gov/)

• 84 milhões não têm acesso à água potável (OMS/UNICEF, 2008)

• 924 milhões estão "sem teto" ou em moradias precárias (UN Habitat, 2003)

• 1,6 bilhão não têm eletricidade (UN HABITAT, "Urban Energy")

• 2,5 bilhões não têm sistemas de drenagens ou saneamento (OMS/UNICEF, 2008)

• 774 milhões de adultos são analfabetos (http://www.uis.unesco.org/)

• 18 milhões de mortes por ano devido à pobreza, a maioria de crianças menores de 5 anos (OMS).

• 218 milhões de crianças, entre 5 e 17 anos, trabalham precariamente em condições de escravidão e em tarefas perigosas ou humilhantes, como soldados, prostitutas, serventes, na agricultura, na construção ou indústria têxtil (OIT: A eliminação do trabalho infantil: um objetivo ao nosso alcance, 2006).

Entre 1988 e 2002, os 25% mais pobres da população mundial reduziram sua participação na renda global de 1,16% para 0,92%, enquanto os opulentos 10% mais ricos acrescentaram mais às suas fortunas, passando de dispor de 64,7% para 71,1% da riqueza mundial. O enriquecimento de uns poucos tem como seu reverso o empobrecimento de muitos.

Somente esse 6,4% de aumento da riqueza dos mais ricos seria suficiente para duplicar a renda de 70% da população mundial, salvando inumeráveis vidas e reduzindo as penúrias e sofrimentos dos mais pobres. Entenda-se bem: tal coisa se conseguiria se simplesmente fosse possível redistribuir o enriquecimento adicional produzido entre 1988 e 2002 dos 10% mais ricos. Mas nem sequer algo tão elementar como isso é aceitável para as classes dominantes do capitalismo mundial.

 Conclusão: se não se combate a pobreza (que nem se fale de erradicá-la sob o capitalismo) é porque o sistema obedece a uma lógica implacável centrada na obtenção do lucro, o que concentra riqueza e aumenta incessantemente a pobreza e a desigualdade sócio-econômica.

Depois de cinco séculos de existência eis o que o capitalismo tem a oferecer. O que estamos esperando para mudar o sistema? Se a humanidade tem futuro, será claramente socialista. Com o capitalismo, em compensação, não haverá futuro para ninguém. Nem para os ricos e nem para os pobres. A frase de Friedrich Engels e também de Rosa Luxemburgo, "socialismo ou barbárie", é hoje mais atual e vigente do que nunca. Nenhuma sociedade sobrevive quando seu impulso vital reside na busca incessante do lucro e seu motor é a ganância. Mas cedo que tarde provoca a desintegração da vida social, a destruição do meio ambiente, a decadência política e uma crise moral. Ainda temos tempo, mas já não tanto.

Atilio A. Boron é diretor do PLED, Programa Latinoamericano de Educación a Distancia em Ciências Sociais, Buenos Aires, Argentina.  
Traduzido por Gabriel Brito, jornalista

domingo, 16 de maio de 2010

NUNCA É TARDE...!

Nunca é tarde para amar, para ser amado e começar uma vida que nunca se viveu antes. Uma vida mais completa, sem a monotonia do cotidiano, da mesmice, ou seja, uma vida que tenha razão - sentido. Que não devemos nos contentar apenas com coisas secundárias. Quando não estamos embevecidos do Amor, nada mais somos que meros viventes, a observar pela janela a vida passar, sem nela caminhar e percorrê-la sem as aventuras de amar! Então vida sem amor é vida sem vida!

Mário Moura

SERRA DISCUTE COM UMA JORNALISTA

Instigado por uma jornalista, o candidato José Serra fala (ou evita falar) sobre o mensalão do DEM e do PSDB.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

PALAVRAS DE SABEDORIA

"O sábio que não diz o que sabe, é como a nuvem que passa e não traz chuva"

Pensamento árabe

O SILÊNCIO

Mário Moura - Educador e Poeta.

O que todo mundo cala,
Eu quero ouvir!
O sujeito ético que cada um tem,
E fala no calar!
Entre o monstro e o louco,
O desejo, a lei, sentimentos
Inconscientes
Que mancham a alma
E que não se diz a ninguém:
As fantasias,
Que constroem a identidade
Do humano.
O susto! Empurrão involuntário
Dos fantasmas escondidos
No armário, porão da alma
Que nos fazem vencidos e vencedores,
Loucos e sóbrios,
Subversivos e respeitadores da lei...

Desejo, personalidade
Apocalipsicologia a me salvar.

JUNTO A TI

à Marta Carregosa (In Memorian)

Junto a ti quero estar
Como a terra e a flor
A areia e o mar
A paixão e o amor.
A água e a sede
A noite e a lua
O pescador e a rede
Minha vida e a tua.

A vida e a morte
O sonho e a realidade
O sul e o norte
O tempo e a idade.
Sonhar e dormir
O oxigênio e o ar
O presente e o porvir.

A sabedoria e a verdade
A partilha e a comunhão
A maravilha e a divindade
O trigo e o pão.
O mundano e o sagrado
A prece e a oração
A carícia e o agrado
O meu e o teu coração.

O quadro e a parede
A tinta e o pincel
O vinde e o vede
As estrelas e o céu.
O doce e o mel
A busca e a vontade
O segredo e o véu
Lembrar de ti e a saudade.

Paulo Afonso em 12/10/2007.

Mário Moura - Educador e Poeta.

COGITO

Mário Moura - Educador e Poeta.

Amo, logo sinto!
Sinto, logo existo!
Existo, logo te amo!
Te amo, logo sou você!
Sou você, logo está em mim!
Está em mim, amo, logo sinto!