quinta-feira, 2 de julho de 2009

VIDA SERTANEJA

Mário Moura - Educador e Poeta.

No meu tempo de criança
Tudo era lindo, perfeito, maravilhoso
Eu me lembro e muito bem!
Na inocência do brincar, correr e pular
A vida eu sabia cantar
Era só liberdade de criança.

Hoje, eu estou aqui
Neste ônibus em terra seca
De inverno verde
Em tudo há vida: na flor, no mato,
No cacto, na lavoura... na natureza.
Eu contemplo isso e muito bem!

E me lembro também que a vida
Na inocente forma de se revelar
Me diz: "Tua irmã e teu irmão
Passam fiome, desempregados, estão presos,
Indigentes, excluídos, se prostituem
Estão sem terra, lar, dignidade
Sofrendo (vivendo) a liberdade
De quem domina, oprime."

Vejo crianças correndo, pulando,
Brincando inocentes
A vida cantam como eu cantava.
Hoje minha canção é esta e digo mais:
Eu sou como você criança
E também como minha irmã e meu irmão
Canto a esperança e grito
À promessa e à bonança - liberdade plena
Que marca meu sangue e minha andança
Com alegria e tristeza
Amar de verdade com certeza
Para mudar as coisas e fazer mais:
Construir a minha, a tua, a nossa Paz!

Entre as comunidades Arrasta Pé e Barrinha (Paulo Afonso/Bahia) em uma tarde sertaneja de inverno nordestino.

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