quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Eleições: da cabrestania para a cidadania

Professor Miguel Almir

Política é ação do bem geral
afirmação de direitos coletivos
feita de cidadãos participativos
onde a equidade é fundamental.

Estão chegando as eleições  
é preciso aprumar bem o tino
pra não cair nos falsos destinos 
das armadilhas dos alçapões.   

Diante de tantos banditismos
de maculação da democracia
não mutilemos nossa cidadania
nem nos atemos no servilismo.

Uma vez disse um camponês 
com sua boa sabedoria e visão
eles dão o céu antes das eleição 
e depois vem o inferno de vez.

Antes é tudo bem colorido
muito ornamento, abracinho 
e os diabos viram santinhos  
depois tudo isso é varrido.
Muitos dos que são candidatos 
são os inimigos da democracia
formam quadrilhas de ladroaria
de indecências e de estelionato.

Pandemia de mentira assustadora
a falta de vergonha é arrepiante
deslavadas fakes news flagrantes
onda de malcaratismo aviltadora.   

São muitos lobos bem vorazes 
com pele de ovelhas vestidos
jogando iscas aos desvalidos
para por suas coleiras sagazes.
 
A coisa pública não é privada
a democracia estão degenerando 
e o bem comum emporcalhando
a privataria é muito deslavada.

É repugnante tanta podridão
pra todo lado tem excremento 
o estômago grita: não aguento
essa tamanha abjeta putrefação.   
 
Todo eleitor precisa ser leitor
para saber pensar e pegar visão
ter uma postura altiva de cidadão
suspeitar questionar com destemor.

Chovem trovoadas de populismo 
com suas artimanhas capciosas
de forma tão cínica e acintosa
na enganação do demagogismo.

O voto não é uma mercadoria
não tem preço nossa civilidade
gente não é rebanho e nulidade  
urge romper cabresto, montaria.

Muitos candidatos espertalhões
para bem ludibriar a população
usam o nome de Deus em vão
fabricando as pseudoreligiões.

São muitos vendilhões do templo
que estão abusando da religião
mercantilizando a fé no balcão
estelionatários: muitos exemplos.

Apelam para o emocionalismo
para ofuscar a visão dos fiéis
não verem as máscaras cruéis 
ficando vítimas do imbecilismo.

Antes de votar vamos pesquisar
a trajetória de cada candidato
para não elegermos os ratos
que só vão corroer e depredar.  

Candidato sério e dignificado
é aquele que já tem participação
nas lutas comuns dos cidadãos
de serviços ao bem coletivizado.

Urge as necropolíticas combater
instalando as políticas da vida 
em que a cidadania é a guarida
pros direitos humanos prevalecer. 

Só com nosso coletivo destinar
com consciência de civilidade
espírito de luta pela dignidade
iremos a democracia instalar.

Um comentário:

Denilson Souza disse...

Belísima obra poética! Momento de reflexão!

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