domingo, 19 de julho de 2009

DUPLICIDADE DO TEMPO

O níquel, o alumínio, o estanho
e outros assépticos elementos
ao fim se corrompem: o tempo
injeta em cada um seu veneno.

A merda, o lixo, o corpo podre,
os humores, vivos desetos,
não se corrompem mais: o tempo
seca-os ao fim, com mil cautérios.

Autor: João Cabral de Melo Neto

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