sábado, 8 de agosto de 2009

CURRÍCULO: PERSPECTIVAS FRENTE AO ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS*

**Mário Henrique Lopes Moura


Educação para todos e com qualidade: essa é a proposta da Educação Inclusiva. Pensar e realizar a inclusão escolar requer muito mais que uma abertura à entrada das pessoas com Necessidades Educacionais Especiais na escola. É preciso antes preparar a estrutura física e humana da escola, (re)construir – (re)interpretar o Projeto Político-Pedagógico, (re)definir a finalidade do currículo e como este pode atender – responder – as demandas inerentes as potencialidades e aos anseios dos educandos com deficiências. (Re)definir a finalidade do currículo exige sua adequação em relação a conteúdos, métodos, técnicas, organização, recursos educativos, temporalidade e processos de avaliação. Também faz-se pertinente que promova-se situações educativas onde os estudantes com deficiência tenham acesso ao currículo através de recursos pessoais, de materiais específicos e de medidas de acesso físico à escola e suas dependências.

Neste contexto, a escola deve assumir que as pessoas aprendem de forma diferente e em diferentes tempos e situações, questionar o paradigma da homogeneidade. Se na escola os grupos de estudantes caracterizam-se pela heterogeneidade, o ensino e a organização do mesmo deve respeitar e combinar ao máximo os objetivos e processos comuns a cada grupo sóciocultural, atendendo as suas características individuais (características mentais, neuromotoras e físicas; habilidades sensoriais e sociais; desvantagem múltiplas e superdotação).

Estas são exigências não só educativas, mas éticas, pois requerem a superação dos estigmas, dos preconceitos e da indiferença frente às pessoas com Necessidades Educacionais Especiais. São exigências políticas, porque fundamentam-se na construção de consciência coletiva de que todos, mesmo sendo diferentes tem direitos a ter acesso a cultura, bem inalienável. É grande desafio e faz-se urgente construir e vivenciar tal pedagogia. É como nos diz Frei Betto: “Educação é formar pessoas verdadeiramente humanizadas e felizes. Isso significa formar pessoas com muita ética, princípios e projeto de vida. Sem isso, não é possível ser humano e ser feliz”. E então o que estamos esperando?

*Publicado em:
- Jornal A Tribuna do Povo. Umuarama-PR, 18 abr. 2009, p. 02. Caderno Opinião.
- Informativo Veredas. Petrolina-PE, Ano IV. Nº 17, Outubro/novembro de 2008.


**Especialista em Educação Especial e Pedagogo

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