quarta-feira, 5 de agosto de 2009

POLI CRISE (A CRISE PLANETÁRIA)*

Mário Moura - Educador e Poeta.

Desenvolvimento, mito global – industrial
Progresso – marcha desenfreada
Em nome da razão, tecno-ciência
O Ser Humano – máquina automatizada
Individualizada, ego centrada em si.

Desumaniza-se o humano,
Pois a solidariedade agoniza no descuido
A onipotência própria nossa faz-nos infelizes.
O abraço, o beijo, o carinho, aperto de mãos;
Carícias, ternuras, olhares, sentimentos... amor;
Bens raros – escassos n’alma.

De nada adianta um carro
Um avião, um telefone.
De nada serve um carro se não tenho para onde ir;
Um avião se ninguém está a esperar-me;
Um telefone se não há palavras de amor a dizer – ouvir.

Este é o progresso que vivemos:
A felicidade do ter em detrimento do ser
É a agonia que vem do desenvolvimento cego
É descontrolado, parida na tecno-ciência,
Morte/nascimento que nos fazem metamorfose geral.

Da tomada de consciência da crise-problema
Canalizada na sua superação
Homens, mulheres, sociedade, planeta
Na reconstrução – transformação
Que se faz às ruínas da humanidade
Crise planetária – poli crise
Em busca da sua, nossa identidade – sentido!


*Publicado em Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos. 41ºvolume. 1 ed. Rio de Janeiro: CBJE, nov. 2007. (p. 73)

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