quinta-feira, 15 de outubro de 2009

MENSAGEM AOS EDUCADORES

Mário Moura - Educador e Poeta.

“Não é o discurso que diz se a prática é válida. É a prática que diz se o discurso é válido ou não é”.
(Paulo Freire)
Companheiro (a), Professor (a)/Educador (a),


Todos os anos, no mês de outubro, precisamente dia 15 comemora-se o dia do professor. E falar nesse dia é também lembrar as grandes responsabilidades que este ofício exige. Antes eu queria ater-me a duas questões: o que é ser professor, o que é ser educador? São as mesmas coisas ou diferentes?

A origem da palavra professor, do latim: pro= “diante de” e fari= “falar”, significa basicamente, “aquele que fala diante dos outros”. Ao analisarmos sua etiologia o professor é aquele que simplesmente fala, repassa, instrui... Dá aula, conhecimento, limitando-se ao velho quadro negro, as formas tradicionais de ensino, fechado em si, sendo o centro de tudo e de todos... Fala por si e pelos outros, sem escutar, sentir, viver o que as pessoas querem, pensam, sonham; suas alegrias, tristezas, ilusões, esperanças.

Já educação vem do mesmo latim e quer dizer: e= “de dentro” e ducere= “trazer”, “tirar”. Este para mim é mais desafiador. O educador é aquele que consegue fazer vir à tona todas as potencialidades latentes no próprio ser humano. Quem educa jamais dá as respostas, faz da pergunta uma eterna curiosa na busca pelo saber. Quem educa faz com que seus educandos tenham o prazer de buscarem as suas respostas, a criar, a imaginar, a refletir; a dialogarem entre si. E assim o educador conduz os sujeitos a uma compreensão maior dos problemas sem imposição ou autoritarismo, a partir deles mesmos, na verdade, tirando de dentro deles algo já existente. O educador não instrui, pelo contrário, forma pessoas livres e reflexivas. O educador é como um parteiro: tira o humano do humano. Assim deve ser o educador: aquele que tira de dentro das pessoas o que existe de humano.

Neste sentido a Pedagogia do educador tem por objetivo construir pessoas cidadãs, críticas, questionadoras e não simples reprodutoras do conhecimento, formando indivíduos sujeitados frente aos fatos sociais e à problemática da existência humana. O educador é, pois, fundamentalmente, aquele que reflete, cria, pesquisa, experimenta, por um lado e, por outro, aquele que contribui para fazer os sujeitos pensarem, refletirem, criarem, pesquisarem, buscarem as raízes de por que são o que são e a razão de por que as coisas que os rodeiam são construídas de um modo e não de outro, problematizando a realidade e não a concebendo como um dado natural. Assim sendo, o professor é o profissional que trabalha, ganha o seu salário e o educador o que tem cuidado, compromisso e responsabilidade com a educação e as pessoas.

Não há educação sem amor. O amor é vida e exige constante luta contra tudo que produz e significa a morte. Em diferentes lugares há homens e mulheres que mesmo diante dos encantos e desencantos, perspectivas e limites, avanços e ranços dedicam suas vidas e seu tempo na humanização da sociedade e das pessoas. Fazem da esperança e do amor caminhos para promoção da Vida, da Dignidade, do Novo, do belo, do diferente. Fazem com a sua entrega e seu cuidado o Mistério da Educação.

Meus queridos (as) acreditem em si mesmos! Eu acredito em vocês e principalmente na humanidade que te fazem educadores (as) dos sonhos, da luta, do compromisso e da alegria, de crianças e jovens, mulheres, homens e idosos deste meu sertão. Parabéns!!!

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