Quisera que meus olhos fossem duros e frios
e que ferissem fundo dentro do coração
e que nada experimentassem dos meus sonhos vázios,
fossem esperança ou ilusão.
Indecifráveis sempre a todos os profanos
do fundo e suave azul da tranquila safira,
ou a alegria do viver.
No entanto estes meus olhos são cândidos e tristes,
não como eu os desejos nem como devem ser.
É que estes olhos meus é o coração que o veste
e seu desgosto fá-los ver.
Autoria: Pablo Neruda
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