sábado, 24 de dezembro de 2016

Sobre o Natal...

Vamos viver o Natal cristão...
Vamos deixar o Menino-Deus falar aos nossos corações o que realmente é essencial na vida...
Deus nos mostrou que valores deveremos ter: Ele se fez pequeno em uma estrebaria, pobre como os pobres...
Sem palácios, sem riquezas, somente com os pobres, os excluídos de outrora...
Anunciado a quem mais eram execrados: os pastores...
A nós que tanto procuramos status e posição este Menino-Deus ensina-nos a humildade...
Que nesse Natal renasça em nós a esperança. E como precisamos dela...
Que a Luz da criança seja o caminho...
... A Verdade
... A Vida...
E Vida plena e em abundância...

Paz e Bem!!!

Mário Moura - Educador e Poeta.

sábado, 16 de maio de 2015

O dia seguinte ao fim da escravidão

Texto de Douglas Belchior - publicado na página da Revista Carta Capital

Imagine um amigo seu ou um parente que fosse tratado como um animal. Imagine as pessoas que você ama vivendo sem ter nenhum direito, podendo ser vendidos, trocados, castigados, mutilados ou mesmo mortos sem que ninguém ou nenhuma instituição pudesse intervir em seu favor. Imagine você, seu pai, sua mãe ou seu filho sendo tratados como coisa qualquer, como um porco, um cavalo, ou um cachorro. Imagine sua filha sendo levada ou mesmo ao seu lado, estuprada, todos os dias e depois, grávida à serventia do negócio de seu dono.

Clóvis Moura (Moura, 1989, p.15-16), faz o relato sem personagens. Eu os incluí para pedir que imagine.

Você que já chorou diante das cenas que remetem o sofrimento de Jesus Cristo na sexta feira da paixão; Você que fechou os olhos frente às fortes imagens de Django Livre; Você que se emocionou com 12 anos de escravidão, imagine.

Imagine – e saiba – que teu país e as riquezas que o conformam existem em função de 4 séculos de escravidão. E de tudo que deste período e deste sistema decorreu a partir de então.


Mas enfim, a escravidão acabou: 13 de maio, princesa Isabel e muita festa! Festa e promessa de abonança, tal qual desrespeitosamente a amiga Globo nos lembrou.


E no dia seguinte tudo seria diferente.


Desde que acompanho o movimento negro, aprendi que dia 14 de maio, o dia seguinte ao fim da escravidão, foi o dia mais longo da história. Aliás, dizem outros, é o dia que não terminou.


Depois de séculos de sequestros, escravidão e assassinatos, o que se viu nos anos pós-abolição foi a formação e o desenvolvimento de um país que negou e ainda nega à população negra condições mínimas de integração e participação na riqueza.


Sem terra, sem empregos, sem educação, sem saúde, sem teto, sem representação. Sequer a mais liberal das reformas, a agrária, fora possível no país das capitanias hereditárias. Vamos olhar para o campo e observar as fileiras ou os acampamentos de Sem Terra, maioria negras e negros. Vamos buscar na memória os rostos de quem conforma o pelotão que estremece São Paulo na justa luta por moradia capitaneada pelos movimentos de Sem-Teto nos dias de hoje: negras e negros! Bora olhar para as filas dos hospitais, para os que esperam exames e tratamentos, para os analfabetos ou para as crianças em idade escolar que estão fora da escola. Vamos olhar para a população carcerária e suas condições de existência. Vamos olhar para as vítimas de violência policial, para os números de desaparecimentos e homicídios. Vamos olhar para os dependentes do bolsa-família ou da previdência social. Vamos olhar para a pobreza. De fato, ela atinge a todos. Mas a presença de negras e negros nas condições narradas aqui, tem sido desproporcional e pouco se alterou desde 1888.


O dia seguinte, a década seguinte, os 127 anos seguintes ao fim da escravidão não foram suficientes para nos livrar de uma herança racista, reafirmada cotidianamente pelos descendentes dos colonizadores que sempre dirigiram o Brasil. Estes mantém a posse do latifúndio, hoje rebatizado agronegócio. Mantém o domínio dos grandes meios de comunicação, são donos das grandes empresas, bancos, conglomerados educacionais-empresariais, além de dirigir politicamente as maiores Igrejas. Com isso garantem o poderio econômico a supremacia política e a representação eleitoral de maneira a manter intocáveis seus interesses.


Nada diferente do que tem sido os últimos 127 anos. Ou os últimos 515?
E nesse dia seguinte ao 13 de maio, nesse dia depois do “fim da escravidão”, resistimos! E em saraus, cursinhos comunitários, coletivos negros, nas rodas de samba e candomblé, nos bondes funkeiros, no hip-hop, na poesia, na literatura, nas artes, na internet, no movimento negro, e aos pouquinhos, nas universidades, existimos.


E sendo assim, dotados de tamanha resiliência, imaginem a revolta!


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Que neste Natal

Que neste Natal os sentimentos de solidariedade, compaixão, compromisso e amor pelo próximo, principalmente os mais pobres, os excluídos - tidos como zeros econômicos e descartáveis - pela sociedade de consumo e de mercado -, sejam reavivados à luz da criança que veio ao mundo para redimir os nossos pecados, através de Deus que se tornou conosco com Cristo Jesus!

Paz e Bem!!!

Mário Moura - Educador e Poeta.

domingo, 28 de abril de 2013

28 DE ABRIL: DIA NACIONAL DO BIOMA CAATINGA



A caatinga ocupa uma área de cerca de 844.453 quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território nacional. Engloba os estados Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais. Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 abelhas. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver. A caatinga tem um imenso potencial para a conservação de serviços ambientais, uso sustentável e bioprospecção que, se bem explorado, será decisivo para o desenvolvimento da região e do país. A biodiversidade da caatinga ampara diversas atividades econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, especialmente nos ramos farmacêutico, de cosméticos, químico e de alimentos. 

Apesar da sua importância, o bioma tem sido desmatado de forma acelerada, principalmente nos últimos anos, devido principalmente ao consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e insustentável, para fins domésticos e indústrias, ao sobrepastoreio e a conversão para pastagens e agricultura. Frente ao avançado desmatamento que chega a 46% da área do bioma, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o governo busca concretizar uma agenda de criação de mais unidades de conservação federais e estaduais no bioma, além de promover alternativas para o uso sustentável da sua biodiversidade. 

Em relação às Unidades de Conservação (UC´s) federais, em 2009 foi criado o Monumento Natural do Rio São Francisco, com 27 mil hectares, que engloba os estados de Alagoas, Bahia e Sergipe e, em 2010, o Parque Nacional das Confusões, no Piauí foi ampliado em 300 mil hectares, passando a ter 823.435,7 hectares. Em 2011 foi criado o Parque Nacional da Furna Feia, nos Municípios de Baraúna e Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, com 8.494 ha. Com estas novas unidades, a área protegida por unidades de conservação no bioma aumentou para cerca de 7,5%. Ainda assim, o bioma continuará como um dos menos protegidos do país, já que pouco mais de 1% destas unidades são de Proteção Integral. Ademais, grande parte das unidades de conservação do bioma, especialmente as Áreas de Proteção Ambiental – APAs, têm baixo nível de implementação.

Paralelamente ao trabalho para a criação de UCs federais, algumas parcerias vêm sendo desenvolvidas entre o MMA e os estados, desde 2009, para a criação de unidades de conservação estaduais. Em decorrência dessa parceria e das iniciativas próprias dos estados da caatinga, os processos de seleção de áreas e de criação de UC´s foram agilizados. Os primeiros resultados concretos já aparecem, como a criação do Parque Estadual da Mata da Pimenteira, em Serra Talhada-PE, e da Estação Ecológica Serra da Canoa, criada por Pernambuco em Floresta-PE, com cerca de 8 mil hectares, no dia da caatinga de 2012 (28/04/12). Além disso, houve a destinação de recursos estaduais para criação de unidades no Ceará, na região de Santa Quitéria e Canindé. 

Merece destaque a destinação de recursos, para projetos que estão sendo executados, a partir de 2012, na ordem de 20 milhões de reais para a conservação e uso sustentável da caatinga por meio de projetos do Fundo Clima – MMA/BNDES, do Fundo de Conversão da Dívida Americana – MMA/FUNBIO e do Fundo Socioambiental - MMA/Caixa Econômica Federal, dentre outros (documento com relação dos projetos). Os recursos disponíveis para a caatinga devem aumentar tendo em vista a previsão de mais recursos destes fundos e de novas fontes, como o Fundo Caatinga, do Banco do Nordeste - BNB, a ser lançado ainda este ano. Estes recursos estão apoiando iniciativas para criação e gestão de UC´s, inclusive em áreas prioritárias discutidas com estados, como o Rio Grande do Norte. 

Também estão custeando projetos voltados para o uso sustentável de espécies nativas, manejo florestal sustentável madeireiro e não madeireiro e para a eficiência energética nas indústrias gesseiras e cerâmicas. Pretende-se que estas indústrias utilizem lenha legalizada, advinda de planos de manejo sustentável, e que economizem este combustível nos seus processos produtivos. Além dos projetos citados acima, em 2012 foi lançado edital voltado para uso sustentável da caatinga (manejo florestal e eficiência energética), pelo Fundo Clima e Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal – Serviço Florestal Brasileiro, incluindo áreas do Rio Grande do Norte. Confira

Devemos ressaltar que o nível de conhecimento sobre o bioma, sua biodiversidade, espécies ameaçadas e sobreexplotadas, áreas prioritárias, unidades de conservação e alternativas de manejo sustentável aumentou nos últimos anos, fruto de uma série de diagnósticos produzidos pelo MMA e parceiros. Grande parte destes diagnósticos pode ser acessados no site do Ministério: Legislação e Publicações. Este ano estamos iniciando o processo de atualização das áreas prioritárias para a caatinga, medida fundamental para direcionar as políticas para o bioma.

Da mesma forma, aumentou a divulgação de informações para a sociedade regional e brasileira em relação à caatinga, assim como o apoio político para a sua conservação e uso sustentável.  Um exemplo disso é a I Conferência Regional de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga - A Caatinga na Rio+20, realizada em maio deste ano, que formalizou os compromissos a serem assumidos pelos governos, parlamentos, setor privado, terceiro setor, movimentos sociais, comunidade acadêmica e entidades de pesquisa da região para a promoção do desenvolvimento sustentável do bioma. Estes compromissos foram apresentados na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - Rio +20.

Por outro lado, devemos reconhecer que a Caatinga ainda carece de marcos regulatórios, ações e investimentos na sua conservação e uso sustentável. Para tanto, algumas medidas são fundamentais: a publicação da proposta de emenda constitucional que transforma caatinga e cerrado em patrimônios nacionais; a assinatura do decreto presidencial que cria a Comissão Nacional da Caatinga; a finalização do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Caatinga; a criação das Unidades de Conservação prioritárias, como aquelas previstas para a região do Boqueirão da Onça, na Bahia, e Serra do Teixeira, na Paraíba, e finalmente a destinação de um volume maior de recursos para o bioma. 

sábado, 30 de março de 2013

Paixão, Morte e Ressurreição: nossa travessia

Mário Moura - Educador e Poeta.

Há um hino da liturgia cristã da Páscoa, que nos vem do século XIII, que se canta: "a vida e a morte travaram um duelo; o Senhor da vida foi morto, mas eis que agora reina vivo”. Aí está o sentido cristão da Páscoa e seu Mistério: o que parecia derrota era, na verdade, uma estratégia para vencer a morte. Na sepultura de Jesus não cresceu a grama, porém ressuscitado, garantiu o poder supremo da vida. Nesse duelo a vida venceu a morte!

Essa mensagem está presente no mais profundo sentido humano que é a religião, contudo o seu significado não se inscreve apenas nela. Hoje mais que nunca tem uma relevância cósmica – universal - onde travamos esse duelo contínuo, presente em todo planeta Terra, abrangendo toda a comunidade de vida – inclusive a humana.

Existe um combate entre os mecanismos naturais da vida e os mecanismos artificiais que produzem a morte graças ao nosso modo de conceber a vida e a natureza, de ver, de pensar e de agir. O nosso jeito de morar, produzir, consumir e de tratar o lixo – os despejos – nos desumanizam. Nós humanos somos os primeiros a serem afetados por esse sistema. Maioria não tem as condições mínimas para viver com dignidade, subjugadas em todas as dimensões e imoladas pelas inúmeras guerras e pela fome insaciável das grandes corporações que só enxergam o lucro. A humanidade se encontra dividida entre aqueles 20% (1,3 bilhão) que controlam 83% das riquezas e dos recursos da natureza, consumindo pomposamente e que se consideram incluídos no sistema mundial da globalização e os 80% da população mundial (5,2 bilhões) que devem se contentar com os restantes 20% de meios de vida, excluídos dos benefícios da moderna sociedade de informação e de conhecimento. As outras vítimas são todos os ecossistemas, a biodiversidade e o planeta Terra como um todo.

Estamos na semana da Paixão. Cristo foi perseguido e assassinado porque queria a vida em abundância (Jo 10,10), o que o sistema político e religioso de sua época privava à maioria do povo. Morreu na cruz porque pregou o amor, a verdade e o Reino (Mt 5, 1-12).

O sistema econômico, político e religioso atuais leva à morte quem prega a vida, quem luta pela igualdade e justiça, quem quer a democracia.

A morte de Jesus não foi definitiva. No domingo de Páscoa, houve a passagem e a Ressurreição. Sua mensagem continua viva e atualíssima, afiada na sua Verdade e proposta de Justiça. Os caminhos que temos percorrido nos últimos séculos, optando pela acumulação ilimitada de ganhos, a apropriação indevida dos recursos públicos, a corrupção e a exploração sem freios dos recursos naturais da Terra, só trazem paixão e morte e não nos levam a passagem – a Páscoa.

Cuidar do nosso único planeta, cuidar dos seres vivos, cuidar por uma sociedade sustentável, cuidar do outro, cuidar dos pobres e excluídos, eis a nossa Páscoa! E essa travessia não se faz sem espanto-admiração, contradições entre o velho que teima em ficar e o novo que se empenha em nascer, sem sofrimentos consideráveis.

Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência diante da vida, por um compromisso firme de se alcançar a justiça e a paz e percorrer os caminhos do amor e a alegre celebração da vida.

Feliz Páscoa a todos e todas.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Taxar os Ricos: Um Conto de Fadas Animado


Taxar os ricos: Um conto de fadas animado, é narrado por Ed Asner, com animação de Mike Konopacki. Escrito e dirigido por Fred Glass para a Federação de Professores da Califórnia. Um vídeo de 8 minutos sobre como chegamos a este momento de serviços públicos mal financiados e ampliando a desigualdade econômica. As coisas vão para baixo numa terra feliz e próspera após os ricos decidirem que não querem pagar mais impostos. Dizem às pessoas que não há alternativa, mas as pessoas não têm assim tanta certeza. Esta terra tem uma semelhança surpreendente com a nossa terra. Para mais informações, www.cft.org.


segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

QUE NO ANO-NOVO QUE SE APROXIMA, ACIMA DE TUDO, IRROMPA A NOSSA HUMANIDADE.

2012 chega ao fim e com ele a esperança de um 2013 melhor.

Mesmo com toda a infelicidade que nos ronda: ocupações genocidas na Palestina e no Afeganistão, sob a égide imperialista-capitalista e tutela dos norte americanos; dos colóquios que salvam a lucratividade em detrimento da sustentabilidade, reforçando a exploração irracional dos recursos naturais da nossa Casa Comum - o Planeta Terra -; as milhões de crianças que passam fome na África; a seca que atinge o nordeste brasileiro; a violência; a corrupção..., dos bilhões de "condenados da Terra", expropriados de uma vida digna, excluídos pelo deus-mercado, que só enxerga no poder ter, o alcance da felicidade plena (vide os anúncios com suas propagandas irrecusáveis), podemos ainda desejar o melhor. Mesmo que seja por omissão ou opção somos os responsáveis pela falta de felicidade. Porém, podemos a partir dessa experiência, tirar a motivação para superarmos essa realidade e buscarmos "um outro mundo possível".

O Ano só será novo de fato, se o velho que reside em nós e a nossa volta seja vencido. Se tivermos a coragem de irromper o que há mais de humano na gente: o amor, a compaixão, o cuidado, a ternura e o compromisso para com nosso próximo e a vida em todas as suas dimensões, engravidar-se de nós mesmos, revirarmos tudo pelo avesso e aí sim, "sentir os gritos dos famintos, o gemido da Mãe Terra, a dor das florestas abatidas e a devastação atual da biodiversidade." (Leonardo Boff).

Paz e Bem!!!

Mário Moura - Educador e Poeta.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Que no Natal a eterna criança em nós, reviva a esperança do Reino de Deus!

Foto: http://gomaearte.arteblog.com.br/29128/Presepio-Artesanal/
Com o nascimento de Jesus, Deus se encarna e se humaniza. O Deus-Conosco, vem e surge como uma criança.

Que nesta Festa, sejamos sensíveis a experiência de Deus como Pai com características de mãe, o amor incondicional, a misericórdia e a entrega radical a promoção do Reino de Deus, sejam o nosso sonho, projeto de mundo e de vida...

Que todos nós possamos olhar com os olhos do coração e a esperança não pereça, pois, precisamos dela nesse mundo tão racional, frio, consumista, individualista, materialista; onde milhões passam fome, sem casa, emprego, vidas dignas...

Que a Estrela de Belém nos mostre o caminho e nos faça (re) encontrar com o Emanuel e com a criança que mora dentro de nós...

"Ele é a eterna criança, o Deus que faltava. Ele é o divino que sorri e que brinca. É a criança tão humana que é divina”.

É com essa frase do poeta português Fernando Pessoa, que finalizo meu desejo natalino a todos.

Paz e Bem!

Mário Moura - Educador e Poeta.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O TSE adverte: PSDB é campeão em ficha suja

Publicado na página O Cafezinho.
 
A notícia é de sábado, mas vale a pena a gente analisá-la, até para suprir o estrondoso silêncio que os medalhões do colunismo nacional fizeram sobre o assunto. A menos que eu tenha perdido algo, não vi nenhum editorial, nenhuma coluna. Mesmo as sessões de cartas parecem não ter dado muita atenção ao caso. A Folha publicou apenas uma carta de leitor, bem educada, de uma senhora chamada Fabiana Tambellini.
 
10/09/2012 – 07h00
 
Leitora observa que PSDB lidera o ranking dos fichas-sujas
 
LEITORA FABIANA TAMBELLINI

DE SÃO PAULO (SP)

Surpreendeu-me o levantamento apresentado pela Folha cruzando candidatos impedidos pela Lei da Ficha Limpa e partidos políticos. O PMDB tem fama de fisiológico e o PT está enroscado com o julgamento do mensalão, mas quem lidera o ranking dos “fichas-sujas” é o PSDB, que por esses dias tem destacado a questão da honestidade e moral em suas campanhas. Que ironia.

A surpresa de Tambellini se deve ao fato de que, no site, a Folha não dá destaque à posição de liderança no PSDB neste nobre ranking.

Na edição impressa, porém, tiremos o chapéu para a Folha por dar o merecido destaque em manchete.


Abaixo o infográfico com o ranking dos partidos que tiveram mais candidaturas à prefeito barradas pela lei da Ficha Limpa.




O Globo, curiosamente, não dá uma linha sobre o ranking do TSE…

Esta tabela significa uma pá de cal na pretensão do PSDB de se vender como contraponto aos “mensaleiros”, aos “petralhas”, enfim, aos “corruptos” do PT.

A tabela se soma à pesquisa do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que leventou dados de 2000 a 2006, e preparou um ranking dos partidos mais corruptos do país. O resultado também já é bastante conhecido na web, mas repetimos aqui:





Poderíamos ainda chamar a atenção para o ranking por estado, onde encontraremos os conservadores estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul sempre na liderança do ranking dos mais corruptos, negando teses de que os nordestinos “analfabetos e ignorantes” seriam os culpados pela corrupção na política nacional.

Repare que no ranking de políticos já cassados, Minas Gerais figura em primeiro lugar. No ranking de políticos com processos em andamento, o campeão é São Paulo.

4. Número de políticos cassados por Unidade da Federação

No quadro abaixo são apresentados os números dos atingidos por UF e o percentual que representam no cenário total de 623 cassações.



7. Processos em andamento (Eleições 2006)

Segundo dados fornecidos pela Corregedoria Geral Eleitoral, que remeteu consulta nesse sentido a todos os tribunais regionais eleitorais por solicitação do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, ainda tramitam na JE 1.100 processos relativos às eleições de 2006. Todos eles podem levar à cassação de mandatos. Isso significa que os números dos atingidos nas últimas eleições ainda deverão aumentar consideravelmente.